O CAVADOR
Estátua de Costa Mota
no Jardim da Estrela
Já não se ouve a roda dos trabalhos
a madrugar serena pela rua;
sucumbiram as patas dos cavalos
que tiravam a força da charrua.
Não crescem mais abrolhos nas videiras
nem saltam cães brincando pelas ervas;
caiu suor de sangue sobre as leiras
e a claridade transformou-se em trevas.
Foi quando a primavera abriu a porta
do seu jardim florido natural,
e quando as andorinhas já de volta
enchiam de alegria o seu beiral,
que novamente ergueu ao céu a enxada
caindo em fim na terra abandonada.
Abel da Cunha
Pombal, 21-03-2011
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