domingo, 13 de abril de 2014

AO PORTAL











Partir é sempre adeus sempre saudade.
É leve o lenço de um adeus que acena.
Saudade é de quem chega e nunca sabe
Se o tempo que lhe resta vale a pena.

Ecoam vozes no portal de tábuas
Desfiguradas. Quantos peregrinos
Por terra firme ou por incertas águas
Saíram dele para os seus destinos?!

Passado o cabo dos trabalhos trazem
Florinhas entre as dobras da bagagem
Que a sorte alguma vez deixou cortar.

Para quem parte ou chega as portas são
Esperança enquanto há vida. Depois não.
Depois não há mais tempo a destinar.


Abel da Cunha