sábado, 6 de dezembro de 2008

A ROSA E A ROSEIRA













Disse a Rosa p’ra Roseira
No orvalho da manhã:
Faz-me triste esta canseira
De andar sempre louçã.

A Roseira respondeu,
Com voz meiga, carinhosa:
Minha filha, que te deu
Para seres caprichosa?

Não vês o teu jardineiro
Que te traz bem regadinha?
E aquele cavaleiro
Que te quer sua rainha?

Minha mãe, quero ir embora;
Quero alguém que me recorte
E me leve para fora
A tentar a minha sorte.

A Roseira sentiu dor
A picar seu coração.
Recortou a Rosa em flor
E pôs o seu pé no chão.


Abel Cunha