sábado, 6 de dezembro de 2008

A ROSA E A ROSEIRA













Disse a Rosa p’ra Roseira
No orvalho da manhã:
Faz-me triste esta canseira
De andar sempre louçã.

A Roseira respondeu,
Com voz meiga, carinhosa:
Minha filha, que te deu
Para seres caprichosa?

Não vês o teu jardineiro
Que te traz bem regadinha?
E aquele cavaleiro
Que te quer sua rainha?

Minha mãe, quero ir embora;
Quero alguém que me recorte
E me leve para fora
A tentar a minha sorte.

A Roseira sentiu dor
A picar seu coração.
Recortou a Rosa em flor
E pôs o seu pé no chão.


Abel Cunha

sábado, 20 de setembro de 2008

ACTO DE ABERTURA


Este carrinho de mão, coberto de flores, roubei-o numa praça pública, em Miranda do Douro, para dar uma flor a cada um dos meus amigos. Foi um carjacking perfeito, em pleno dia. Não me perseguiu um só polícia que fosse. Lá ficou na mesma, sereno na sua beleza colorida. Roubei-o com o coração.
 
Abel da Cunha