Ricardo de Saavedra
jornalista e escritor,
nasceu em Lisboa (1941)
Na língua recta incandescente
de repente vejo
corpo nu e em frente
vestidos de nada e caju
dois frutos postos de guarda
dois frutos tensos bicudos
nos goivos dum tronco nu
mas demora se demora a caminhada
e a longa longa estrada
vazia de ninguém
pesa peso de pressa no pedal
dos meus cento e trinta à hora
na língua recta incandescente
duma viagem passada
de repente
eram dois frutos de guarda
nos goivos dum tronco nu
Ricardo de Saavedra
in Azimute de Marcha (1988)
in Azimute de Marcha (1988)
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