A Nau dos Corvos
Cabo Carvoeiro
Ah praias desoladas! Quanto frio
se estende pela areia junto ao mar
por baixo de um dossel de céu sombrio!
Agosto, que memórias me vens dar!
Acaricio
as rugas dos penedos
altivos.
São padrões de descobertasonde deixei estrias dos meus dedos.
Berlengas na lonjura, ilhas desertas…
Um
corvo sobre a nau, tenor antigo,
ensaia
e canta a mesma serenata.Não pára de cantar, ali cativo,
ao som das ondas com bordões de prata.
Varanda
de Pilatos. A verdade
é
dura como a pedra e fria arde.Abel da Cunha
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