O Tecelão
Van Gogh
Ao poeta Frassino Machado
Meu
berço foi um cesto vindimeiro
ao pé duma urdideira que tocava
a mãe rodando teias. No terreiro
voavam pombas e um cão ladrava.
Na fábrica em trabalhos ruidosos
usavam-se teares de chumbaria
que tecelões alçavam poderosos
batendo lançadeiras com mestria.
Chegavam provisões de novos fardos
de algodão do Egito ou doutros lados
alimentando as teias e os teares.
Duas irmãs encarretavam tudo
graciosamente à espera do futuro
como Penélopes sonhando mares.
Abel da Cunha
Tear Jacquard
com cartões e chumbaria
1 comentário:
Reconhecido, meu irmão amigo, pela dedicatória feita à minha pessoa que, no fundo, remeto para ti que fomos e somos embalados pelas recordações da nossa infância... quando presenciávamos in loco as árduas tarefas da industrialização na Casa da Beira... nos idos da nossa prosperidade familiar, já lá vai quase meio século! Um abraço do poetAmigo sempre Frassino Machado
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