Adeus,
ó Porto adeus; fica-te embora,
Que
eu já não posso mais; porque me cansa
Tanto
chá, tanto Whist, tanta dança,
E
tanta cousa mais que calo agora.
Não
era há pouco assim: tudo empiora,
O
bem se acaba, o mal raízes lança;
E
tem-se feito em tudo tal mudança,
Que
até por novo estilo se namora.
Adeus,
pois: porque o resto de meus dias
Quero
dar às lições dos desenganos
Sempre
saudáveis, posto que tardias.
Adeus
casas de brinco; adeus enganos;
Chichisbéus,
Excelências, Senhorias;
Adeus
Ninfas gentis, que fazeis anos.
Paulino António Cabral de
Vasconcellos
(Abade de Jazente)
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