Menino doido, olhei em roda, e vi-me
Fechado e só na grande sala escura.
(Abrir a porta, além de ser um crime,
Era impossível para a minha altura...)
Como
passar o tempo?...E diverti-me
Desta
maneira trágica e segura:Pegando em mim, rasguei-me, abri, parti-me,
Desfiz trapos, arames, serradura...
Ah,
meu menino histérico e precoce!
Tu,
sim!, que tens mãos trágicas de posse,E tens a inquietação da descoberta!
O
menino, por fim, tombou cansado;
O
seu boneco aí jaz esfarelado...E eu acho, nem sei como, a porta aberta!
José Régio
in Biografia
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