sábado, 7 de julho de 2012

VERSO LIVRE









Giorgio de Chirico
Incerteza do Poeta


Já não se escrevem rimas consoantes
e os metros não encontram que medir;
os cânones que eram dominantes
ficaram em volumes por abrir.

O verso é livre. Não se escande a vida
em longa ou breve. No virar do verso
ouvir o som do outro numa sílaba
não é do estilo. Tudo é diverso.

O ovo de Colombo deu um tombo
e alguém o foi de pronto levantar
abrindo a boca todos num assombro.

Mas tu, poeta, não irás parar
que a moda passa como passa a sombra
e outras modas podem esperar.


Abel da Cunha

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