terça-feira, 26 de junho de 2012

A RAÚL BRANDÃO




RAÚL BRANDÃO (1867-1930)
Pintura de Columbano

"Compreendi que a ternura
é o melhor da vida.
O resto não vale nada."
in O Silêncio e o Lume



Persiste na memória a sombra clara
de um vulto antigo bem familiar
a remoer um sonho uma palavra
que transformava em arte ao pé do lar.

Ia do Alto à Beira num instante
pelos atalhos que encurtavam passos.
Abria-se o portal e o bom gigante
alçava a 'pequenina' nos seus braços.

Não te encontrei. De minha mãe ouvi
que sempre transbordavas de ternura
como a água do mar na Cantareira.

Depois mais tarde lendo percebi
no silêncio e no lume da escritura
que um génio errante andou por Nespereira.

Abel da Cunha
Casa da Beira, Junho de 2012


Sem comentários: