Em Santa Clara, abrindo a janela,
podia ver os campos do Mondego.
Entrava um melancólico sossego
enchendo a pequenez da sua cela.
Joana era princesa de Castela,
moeda nupcial de um vão desejo.Em Santarém, já tinha visto o Tejo
e a mesma solidão morava nela.
Pensava, desfazendo a longa renda,
em reinos e num rei sempre afastado:onde haverá alguém que compreenda
tanta traição que o mundo tem gerado?
Os reinos todos são história e lendae nenhum rei merece ser amado.
Abel da Cunha
1 comentário:
A "criança" não merecia quiçá o desfecho de tal estória!... Os Grupos de pressão, a Igreja e o Destino envolveram a sua vida exótica, qual manta de retalhos sem eira nem beira! E só o encaixe num convento poderia constituir o remate para tão mágico puzzle...
Frassino Machado
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