A toda a gente, alto, disse um dia:
Chegou a Marta! De tanta alegria,
Encheram-se de lágrimas os olhos,
Como acontece quando nascem filhos.
Todos disseram: seja bem nascida,
Que boa estrela lhe oriente a vida!
(É muito certo aquilo que dizeis:
Nasceu na Lapa, em noite de Reis.)
Quando pequena enchi-a de carinhos,
Andou comigo por breves caminhos.
Levei-a ao colo, se havia lama,
Contei-lhe histórias à beira da cama.
Agora é grande e o mundo é pequeno:
Não há papões ou bruxas com veneno.
Abel Cunha
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