Disse a Rosa p’ra Roseira
No orvalho da manhã:
Faz-me triste esta canseira
De andar sempre louçã.
A Roseira respondeu,
Com voz meiga, carinhosa:
Minha filha, que te deu
Para seres caprichosa?
Não vês o teu jardineiro
Que te traz bem regadinha?
E aquele cavaleiro
Que te quer sua rainha?
Minha mãe, quero ir embora;
Quero alguém que me recorte
E me leve para fora
A tentar a minha sorte.
A Roseira sentiu dor
A picar seu coração.
Recortou a Rosa em flor
E pôs o seu pé no chão.
Abel Cunha
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