terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

TEBAIDA














Descalço e pesaroso um velho monge
Com hábitos e gestos inaudíveis …
Em volta da cabeça tão sensíveis
Arcadas da coroa… Céu ao longe!

Os anjos vinham-lhe mimar o corpo
Descendo as nuvens… seres intangíveis;
Traziam o maná e as codornizes
Que Deus lhe destinava. Boca de ouro!

Tinha clamado quantas profecias
Lhe foram cometidas. Os seus dias
Agora eram desertos de silêncio.

Dorido da memória... Vagueava
Quebrado dos cilícios que levava
Por entre as palmas que batia o vento.

Abel da Cunha

Imagem (www)
René Magritte

2 comentários:

Frassino Machado disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Frassino Machado disse...

Lenda de São Pacómio: Quando a Civilização não dá resposta até o próprio deserto responde! Frassino Machado