No
malmequer da sorte dizes não
A
cada pétala que é desfolhada
Palpitas sempre alguma maldição
Na
roda dos teus dias malfadada.
Repara
e vê na mágica ilusão
Do
canto infantil dessa balada
Que
ainda é cedo para teres na mão
Um
bem-me-quer e um sim na tua fala.
Não
fiques magoado no abandono
Da
flor que asperge o teu casaco antigo
Com
um perfume pérfido de sono.
Não
feches desditoso o teu postigo
Há
floreados típicos do outono
Que
ficariam muito bem contigo.
Abel da Cunha
Abel da Cunha
Imagem: Escultura de C.M.Greenlee