O sol já descendente rasga o véu da tarde
Deixando ver a sombra que define a altura
Do corpo prolongado que no chão se perde.
Em cinza se dilui o esboço da figura…
E posso me reconhecer nessa visão
Que vem desde o alvor do dia lentamente
Vestida de silêncio angústia e solidão
Crescendo hora a hora muda e persistente…
É um ressentimento verde cor de pinho
Que dorme nos meus braços - terno abandono -
Enquanto a luz solar prossegue o seu caminho
Nesta estação deitada e morna do Outono.
Não há na vida nada mais que me deleite
Quando essa sombra ao longe vai beijar a noite.
Abel da Cunha
Deixando ver a sombra que define a altura
Do corpo prolongado que no chão se perde.
Em cinza se dilui o esboço da figura…
E posso me reconhecer nessa visão
Que vem desde o alvor do dia lentamente
Vestida de silêncio angústia e solidão
Crescendo hora a hora muda e persistente…
É um ressentimento verde cor de pinho
Que dorme nos meus braços - terno abandono -
Enquanto a luz solar prossegue o seu caminho
Nesta estação deitada e morna do Outono.
Não há na vida nada mais que me deleite
Quando essa sombra ao longe vai beijar a noite.
Abel da Cunha
Foto: Marta Cunha
